A entrevista do José Pedro Frazão, na Edição da Noite, na Rádio Renascença, para falar de "Os Predadores" e ainda, no fim, da biografia de Marcelo Rebelo de Sousa. Um excerto:
A minha entrevista à TSF sobre o livro pode ser ouvida aqui. Este é o texto do site:
O livro do jornalista Vítor Matos "Os Predadores - o que os políticos fazem para conquistar o poder" explica os mecanismos que permitem aos dirigentes do PS e do PSD subirem na hierarquia desses partidos.
O que fazem para ganhar eleições internas. O que é relatado está longe de ser uma luta leal; "esse esforço é feito com base em batota, em vigarices eleitorais internas e em formas anti-democráticas de estar na política.
Para garantir votos e controlar as máquinas partidárias vale quase tudo. Vítor Matos conta alguns casos caricatos no livro. O mais surpreendente talvez seja o da oferta de uma dentadura. O autor diz que "foi um dirigente do PS do Porto que quis cativar para o seu lado da barricada um dirigente de um bairro e pagou à namorada desse dirigente uma dentadura nova".
O jornalista da revista "Sábado" diz que este é um episódio caricato, uma exceção. O pagamento de favores é habitualmente feito de outra forma: "Na maior parte dos casos a moeda de troca são os lugares no Estado. Os "boys" não aparecem por acaso".
Para escrever "Os Predadores - tudo o que políticos fazem para conquistar o poder", Vítor Matos investigou o pagamento de milhares de quotas nos dois maiores partidos e de outros favores que explicam como se ganharam algumas eleições internas no PS e no PSD. O livro de Vítor Matos é editado pelo Clube de Autor.
Este foi um dos casos a que fiz alusão na primeira parte do livro, como exemplo de más práticas internas dentro do PSD, de caciquismo e poder local ao nível de juntas de freguesia. Apesar de não ser um trabalho sobre corrupção, abordei este processo que ainda estava em julgamento quando o volume foi para as livrarias. Chegou ontem a uma conclusão, noticia hoje aqui o Público. Rodrigo Gonçalves e o seu pai foram absolvidos das acusações de corrupção passiva de que eram acusados pelo Ministério Público. Carlos Valente, que era então o fiscal das obras da junta de São Domingos de Benfica, foi condenado a quatro anos de prisão, mas vive neste momento no estrangeiro. Estas informações serão acrescentadas ao livro caso haja uma terceira edição.